Abstract
Este estudo defende a tese de que o autor ficcional brasilciro-judeu contemporâneo, independentemente da relação que o mesmo estabeleça com sua própria condição judaica, deixa transparecer em sua obra aspectos que caracterizam distintas formas do sentimento de auto-ódio; a literatura, neste caso, é tratada como receptáculo individual, consciente ou não, assumido ou não, do sentir coletivo do grupo étnico. O trabalho discute os reflexos do autoódio judeu expressos na ficção literária de quatro autores brasileiros judeus contemporâneos: Samuel Rawet, Clarice Lispector, Moacyr Scliare Bernardo Ajzenberg. Partindo da análise do antisemitismo e da condição de exilado permanente do judeu em relação ao outro e a si mesmo, o presente trabalho estuda os aspectos históricos, estruturais e dinâmicos do auto-ódio judeu, considerados como defesa à perseguição e ao "exílio portátil". Conclui que, efetivamente, aficção literária dos autores estudados expressa, de forma intencional ou não, este movimento que o judeu empreende no sentido anti-álgico, como forma de livrar-se da condição que é vivenciada enquanto âncora a um destino de estrangeiro por excelência.Date
2001-12-01Type
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oai:scielo:S0104-40602001000200015http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602001000200015