Abstract
Partindo das atuais preocupações com a melhoria da qualidade das escolas brasileiras de educação fundamental, o texto reexamina a reforma do ensino paulista de 1920, a qual explicitou o dilema político que atravessaria todo o século xx entre expansão e qualidade nos sistemas educacionais. Sua importância histórica tem sido registrada devido a seu pioneirismo na tentativa de inovar métodos de ensino e de racionalizar procedimentos administrativos. Neste trabalho, aponta-se o conflito entre a proposta curricular da reforma em questão e sua prioridade declarada de alfabetizar em massa as crianças do estado em um curso primário por ela reduzido a dois anos de duração e duas horas e meia diárias de aula. A reforma inaugura de forma tecnicamente justificada a "solução" da redução do tempo de permanência das crianças na escola como condição para a ampliação da oferta de vagas, o que veio a se tornar uma prática generalizada nos sistemas educacionais de todo o país. São analisadas também as contradições nela reveladas entre as primeiras apropriações da pedagogia escolanovista e as tendências à simplificação e empobrecimento da escola pública brasileira No momento atual em que a universalização do atendimento parece configurar um outro patamar a exigir novas soluções políticas para a obtenção da qualidade educacional, o texto enfoca retrospectivamente o tipo de solução política utilizada pela reforma paulista de 1920, destacando seus resultados imprevistos e indesejados, com vistas a um bom equacionamento dos desafios ora presentes.Date
2003-06-01Type
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