Abstract
Considerando as mudanças políticas e econômicas transcorridas na sociedade brasileira na última década do século passado, marcadas, entre outros fatos, pela ascensão da ideologia neoliberal e por mudanças no setor produtivo, além da ênfase discursiva de governo e de setores empresariais sobre a necessária reformulação do sistema educacional visando o alcance de uma economia competitiva, objetiva-se analisar o papel que o empresariado industrial reserva à educação profissional visando a consecução do seu projeto de desenvolvimento econômico. Foram utilizados como fontes primárias documentos técnicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), além de depoimentos das lideranças dessas instituições em diversos periódicos brasileiros. Concluiu-se que embora o empresariado brasileiro tenha enfatizado o investimento na educação básica e na educação profissional, tal ênfase busca ajustar a educação brasileira aos interesses econômicos e não considerá-la um direito social a ser garantido pelo Estado a todos cidadãos brasileiros. As análises e proposições do empresariado para a educação estruturam-se em bases semelhantes às proferidas pelo Banco Mundial, o qual segue enfaticamente a Teoria do Capital Humano. Afirma-se também que suas proposições concernentes ao desenvolvimento econômico e à política educacional foram incorporadas na agenda do governo central brasileiro no transcorrer da década de 1990.Date
2003-12-01Type
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