Abstract
As rápidas mudanças sociais têm pleiteado, nos EUA, o retorno do ensino de valores tradicionais por meio de programas de educação do caráter. Esses esforços visam fomentar virtudes que levam as crianças a se tornarem pessoas "boazinhas", educadas, respeitosas e que tratem os outros com justiça. Ainda que se concorde com esse propósito, dúvidas podem ser levantadas a respeito da suficiência dessa abordagem da socialização no que diz respeito ao desenvolvimento humano numa perspectiva moral crítica. Tal perspectiva é necessária para que uma pessoa possa avaliar, a partir de um ponto de vista moral, seus valores socialmente adquiridos. Na ausência de tal capacidade, não se pode evitar a reincidência da imoralidade entranhada no conjunto existente de normas sociais. Assim sendo, o autor discute pesquisas e teorias atuais sobre o desenvolvimento social infantil que oferecem uma base a partir da qual se possam construir programas educacionais para além da preparação das crianças com vistas ao enquadramento no status quo moral. Este trabalho indica que, em todas as fases do desenvolvimento, as concepções de moralidade são distintas daquelas oriundas de outros valores sociais e convenções não morais. Ao final, são oferecidas sugestões de como construir programas educacionais que levem em conta as complexas interações entre valores morais e não morais e que ultrapassem a mera doutrinação das crianças conforme os valores da sociedade, estimulando os alunos a empregarem seu conhecimento moral na avaliação de situações sociais e guiar seu comportamento a partir de um ponto de vista moral crítico.Date
2000-12-01Type
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oai:scielo:S1517-97022000000200006http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022000000200006