Gênero ilimitado: a construção discursiva da identidade travesti através da manipulação do sistema de gênero gramatical Unlimited gender: the discursive construction of the travesti identity through the manipulation of the grammatical gender system
Keywords
travestiidentidade transgênero
gênero gramatical
corporificação
Travestis
Transgender Identity
Grammatical Gender
Embodiment
Women. Feminism
HQ1101-2030.7
The family. Marriage. Woman
HQ1-2044
Social Sciences
H
DOAJ:Gender Studies
DOAJ:Social Sciences
Full record
Show full item recordAbstract
Este estudo investiga a manipulação do sistema de gênero gramatical entre travestis profissionais do sexo do Sul do Brasil. Verificou-se que há uma preferência êmica do grupo por formas gramaticais femininas. Porém, as tensões ideológicas e corporais que circundam as travestis forçam-nas a utilizar o masculino em contextos específicos. As travestis empregam o masculino gramatical para 1) produzir narrativas sobre o período anterior às suas transformações corporais; 2) reportar discursos produzidos por outros ao falar de travestis; 3) falar de si em suas relações familiares; e 4) distinguir-se de outras travestis com as quais as falantes não se identificam. Assim, o estudo demonstra como essas travestis usam o gênero gramatical do Português como um recurso lingüístico para manipular suas identidades e as identidades da comunidade a que pertencem.<br>This study investigates Southern Brazilian traveestis' manipulation of the Portuguese grammatical gender system. During field work, it was verified that feminine forms are the preferred choice in the group. However, ideological and bodily tensions that surround travestis seem to force them to make use of masculine forms in specific discursive contexts. Travestis use masculine forms 1) to produce narratives about the time before their body modifications took place; 2) to report speech produced by others when talking about transvestites; 3) to talk about themselves within their family relationships; and 4) to distinguish themselves from 'other' travestis they do not identify with. Thus, the study shows how Southern Brazilian travestis use the Brazilian Portuguese grammatical gender system as a resource to manipulate their identities and the identities of the community they belong to.Date
2008-08-01Type
ArticleIdentifier
oai:doaj.org/article:112a8c3d13454976b32edec86ac4787110.1590/S0104-026X2008000200006
0104-026X
https://doaj.org/article/112a8c3d13454976b32edec86ac47871