Le religieux comme suppléant social de l’Etat : l’action sociale confessionnelle dans le Brésil du XXIe siècle
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http://poldev.revues.org/1315Abstract
Le religieux, dynamique et pluriel, joue aujourd’hui un rôle essentiel dans le développement du Brésil. Conseillères, complémentaires et parfois mêmes suppléantes d’un Etat souvent dépassé par l’ampleur des enjeux ou même absent de certaines zones sensibles, les organisations religieuses brésiliennes redeviennent des partenaires privilégiés de l’Etat, selon des modalités bien distinctes de l’ère coloniale où le trône et l’autel marchaient main dans la main dans un rapport presque fusionnel. Depuis, les constitutions ont imposé une séparation juridique entre le politique et le religieux. Pourtant, sur le plan social, les deux sphères semblent aujourd’hui vouées à coopérer. Cet article analyse la tendance actuelle de l’Etat brésilien à la « contractualisation » d’un nombre croissant d’entités religieuses pour l’exécution et la gestion de plusieurs de ses prérogatives en matière de développement social, à travers la mise en œuvre de « partenariats public-religieux ». Il s’agit alors de repenser, à l’aune de cette évolution, le rapport historique entre Etat et Eglises au Brésil, caractérisé par l’avènement d’une « laïcité de suppléance ».Dinâmica e pluralista, a religião vem desempenhando papel cada vez mais preponderante no desenvolvimento do Brasil. Como entidades coadjuvantes que complementam e, ocasionalmente, chegam mesmo a ocupar o lugar de uma burocracia estatal sobrecarregada e ausente em áreas vulneráveis do país, as organizações confessionais brasileiras retomam sua condição de parceiras privilegiadas do Estado. Esta reconfiguração dá-se em circunstâncias notoriamente distintas às vigentes à época colonial, quando trono e altar mantinham estreitas e íntimas relações. Desde então, sucessivas constituições impuseram a separação legal entre política e religião. Hoje, contudo, as duas esferas parecem convergir para um modelo de cooperacão mútua. O presente capítulo analisa a atual tendência do governo brasileiro de “contratar” um número crescente de organizações confessionais mediante a implantação de “parcerias público-religiosas” para assegurar a implementação e gestão de muitas de suas atividades no campo do desenvolvimento social. À luz dessa nova orientação, é chegada a hora de reconsiderarmos o relacionamento histórico entre o Estado e a(s) Igreja(s) no Brasil, caracterizado agora pelo surgimento de um “laicidade de suplência”.
Date
2013-08-22Type
info:eu-repo/semantics/articleIdentifier
oai:revues.org:poldev/1315urn:doi:10.4000/poldev.1315
http://poldev.revues.org/1315