Contribuições feministas para os estudos acerca do aprisionamento de mulheres
Abstract
Apesar de representar menos de 10% da população prisional, observa-se um aumentosignificativo no número de mulheres presas em Minas Gerais. Enquanto, em 2003, contávamos238 presas, no fim de 2013, já contabilizávamos mais de 2.805 mulheres custodiadas em cadeias,presídios e penitenciárias mineiras. Entretanto, o aprisionamento de mulheres e a participaçãodessas em atos criminais ainda são recorrentemente analisadas pelo viés do exotismo, comose essa vinculação fosse ‘antinatural’ para as representantes do sexo feminino, carecendo deexplicações que vão do economicismo à moralidade, onde a condição financeira, a parceriaamorosa, a sexualidade exacerbada, a falta de caráter e/ou a perversidade aparecem comoas explicações predominantes para o envolvimento das mulheres com a criminalidade. Ao nosremetermos à história das punições sob as lentes das teorias feministas, buscamos adentrar umcampo de estudos restrito e muito tradicional, ressaltando a importância de analisarmos asinstituições prisionais para mulheres a partir das experiências das presas, buscandocompreender e questionar os imperativos de seletividade e controle que caracterizam o nossosistema penal, os quais forjam naturalizações e encobrem processos sócio-históricos quecontribuem para a captura de determinadas mulheres e as condenam à privação da liberdadeDate
2017-01-10Type
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